terça-feira, 5 de maio de 2009

Entrevista: Robispierre Leite sobre a construção de galerias na cidade

O finado prefeito de Teresina, professor Raimundo Wall Ferraz (clique aqui para saber sobre ele), ficou conhecido como “Prefeito Tatu”, por investir maciçamente na construção de galerias. Mas muitos chegaram a reclamar, dizendo que “os buracos pela cidade tiravam sua beleza”.

Com o crescimento da cidade, percebe-se que a construção de galerias é fundamental para o escoamento das águas das chuvas. O gerente Robispierre Leite, do setor de Serviços Urbanos da Superintendência de Desenvolvimento Urbano da zona Leste (SDUL), concede uma entrevista às alunas de webjornalismo da Universidade Federal do Piauí, abordando o tema.


Galeria da Av. Presidente Kennedy (foto)


Saiba mais sobre a SDUL

Glossário da RHAMA Consultoria Ambiental

Vitruvius/Minha Cidade: Expansão da cidade de Teresina e degradação ambiental



UFPI: Por que a prefeitura não investe tanto na construção de galerias como deveria?

Robispierre Leite: Os políticos não têm recursos para construir galerias, pois além de terem um custo muito alto, não pedem de inauguração, não possuindo, portanto, muito valor e atenção na mídia. Eles, então, preferem investir na construção de praças, avenidas, prédios, e é uma crítica q eu faço à política em geral.


Rua da zona nobre de Teresina alagada (foto)


UFPI: Por que as alagações vêm aumentando tanto?


RL: As ações do homem na natureza, como, principalmente a impermeabilização dos solos, através de asfaltamento, calçamento de ruas, e etc, fazem com que ocorra uma grande concentração das águas das chuvas. Essas águas procuram um lugar pra onde fluir, como rios, lagoas ou galerias. A falta desses lugares para a evasão da água causa esse grande acúmulo de água pelas ruas da cidade, causando as enxurradas. Teresina não possui galerias suficientes para tanto volume de água que vem destruindo casas e automóveis dos munícipes.


UFPI: Que indicações de como evitar problemas estruturais maiores, ou sobre como recorrer em busca de ajuda, a SDU dá à população?


RL: Por conta das enchentes causadas pela grande quantidade de água acumulada nos rios, que vem de seus afluentes e principalmente das próprias chuvas, o número de afetados por alagações aumentou bastante. As galerias resolvem os problemas das enxurradas, que são as águas que procuram por onde fluir no meio urbano. Já a elevação do nível dos rios pode ser amenizada com a construção de novas barragens. O rio Parnaíba possui apenas uma barragem, o que não é suficiente para evitar enchentes, e o rio Poti nem sequer possui barragem. A SDU é encarregada em informar as pessoas sobre as zonas de risco e a retirada delas destas áreas, pois apesar da informação, as pessoas continuam a habitar tais áreas. A prefeitura procura dar todo apoio possível a essas famílias.

Neste último fim de semana, nós sabíamos que o rio Poti iria subir, e passamos todo este fim de semana trabalhando na retirada das famílias de tais áreas de risco.


UFPI: Que ajudas a prefeitura oferece às vitimas das inundações?


RL: Às casas de famílias de baixa renda, como por exemplo, as casas de taipa, que sofrem danos ou até mesmo são destruídas até mesmo pela umidade, e não pelas enxurradas em si, a prefeitura ajuda com reforço material, para que, quando possível, haja a restauração física da habitação.

Casas de família de média e alta renda que foram destruídas recebem ajudas da prefeitura quando solicitada, como caminhões para transporte e retirada de materiais e etc.

Possuímos também, o projeto “Família acolhedora”. A família que se propõe a ajudar outra família que tenha sido afetada pelas alagações, recebe ajuda em dinheiro e em alimentação pela prefeitura, para acolher essas tais famílias desabrigadas por um certo período de tempo, que dura em torno de 3 meses.


Av. Presidente Kennedy (foto)


Postado por: Luana Campos

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