terça-feira, 5 de maio de 2009

Faculdades suspendem aulas por causa das chuvas

Em decorrência das enchentes que atingem diversas áreas de Teresina, as maiores instituições de ensino superior da cidade tiveram suas aulas suspensas.

A Universidade Federal do Piauí, Campus Ministro Petrônio Portela, divulgou nota no site oficial, informando a suspensão das atividades docentes por 72 horas.

De acordo com o Chefe de Departamento de Comunicação Social, Magnus Pinheiro, hoje, pela manhã, foi enviado a todos os departamentos da UFPI um comunicado que deve ser obedecido criteriosamente.

A UESPI, Campus de Teresina, Barras, Esperantina, União, Piracuruca e Luzilândia, também teve suas aulas paralisadas por 72 horas.

As instituições CEUT e CEFET também suspenderam suas aulas, porém, apenas por 48 horas.

Os alunos, aparentemente, aprovam tal suspensão, mesmo com a possibilidade de um certo atraso no período.

“Essa paralisação foi uma boa saída, afinal, vários pontos próximos à UESPI ficam alagados a ponto de inviabilizarem a passagem de carros pequenos. Eu tenho dificuldades para chegar na Universidade quando há chuvas torrenciais. Não tem problema atrasar 3 dias de curso, pois podem ser facilmente repostos pelos professores, pelo menos no meu curso.” (Luccas Teóphilo (21) – estudante do 2º período de Direito)

“Essa paralisação foi essencial, apesar do atraso que pode acarretar. O trânsito está inviável, e maior parte dos alunos moram distante, precisando de automóveis para locomoção. O congestionamento termina causando tamanho atraso, e ainda tem possibilidade de acidentes. As chuvas abalaram por demais a estrutura física da capital, mas nunca pensei que elas fossem atingir o ensino de uma forma tão direta.” (Garem Vilarinho (18) - 1º período de Engenharia Mecânica do CEFET-PI)

“Teresina só está com duas pontes viáveis. A paralisação das aulas ajuda bastante no tráfego dos carros. Algumas vias estão impossibilitadas de serem trafegadas, e muitos alunos não têm condições de freqüentarem as aulas. Seria injusto que estes alunos fossem tomados como faltantes ou tivessem outro tipo de punição.” (Idria Portela (20) – 5º período de Jornalismo do CEUT)

No entanto, nem todas as faculdades aderiram prontamente a essa decisão. A FACID, de início, não parecia querer acatar com a suspensão.

A estudante de 9º período de Medicina, Adjra Vilarinho (25), compreende e concorda, de certa forma, com a situação. "Eu acho que as instituições privadas têm o direto de decidir quanto a aderir ou não à paralisação. Às vezes, na FACID, eles proíbem a aplicação de provas ou atividades avaliativas, para que alunos que realmente fiquem impedidos de ir por dificuldade de transporte ou por outro motivo, não saiam prejudicados. Na verdade, não sei se isto está acontecendo ou não, pois no internato a gente perde um pouco o contato com a faculdade, porque ficamos em campo de trabalho... Inclusive, eu que estou no PSF hoje, vou passar a tarde no auxílio às famílias desabrigadas do Bairro Água Mineral... Apesar de tudo isso, acho que a paralisação ajudaria na reorganização da cidade, pois diminuiria o caos no trânsito e daria tempo a pessoas que estão passando por dificuldades, alunos e professores, de se recuperarem de alguma forma, pois sei que está difícil para muita gente sair de casa. Tem gente que teve a casa alagada ou está abrigando outra família... É uma situação difícil.", afirma.

Já outros ficam bastante indignados. “Eu acho isso um absurdo! É inaceitável a falta de sensibilização com a situação de Teresina. O presidente está aqui, então é porque a coisa é séria. Se todas paralisaram, por que a FACID também não acata a situação, o que ela tem de diferente? Ela por acaso busca os alunos de helicóptero? Ela é mais importante que qualquer outra? Eu gostaria de saber no que vai adiantar colocar aulas sendo que poucos alunos irão.”, reivindica o estudante de 8° período de Direito da FACID que não quer ser identificado.

No fim, a FACID acabou também acatando à suspensão, com a ajuda de reclamações de pais e alunos, segundo os próprios alunos da instituição. A faculdade postou uma nota em seu site oficial,confirmando a paralisação por 48 horas.


Postado por: Luana Campos e Viviana Braga

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